20 de mai. de 2011

Robinson Crusoé (2o ano)


Para introduzirmos o assunto Sistema Colonial, trabalhamos com alguns capítulos do clássico de Daniel Defoe "Robinson Crusoé" (1719). Utilizei uma adaptação de Marcia Kupstas (FTD, 2003) para facilitar, mas recomendo a obra original.

Abaixo um artigo da Wikipedia sobre o livro, links, vídeo e um trechinho essencial para nossas discussões.

"Defoe inspirou-se na história verídica de um marinheiro escocês, Alexander Selkirk, abandonado, a seu pedido, numa ilha do arquipélago Juan Fernández, onde viveu só de 1704 a 1709. Robinson Crusoe herda desta história o mito da solidão, na medida em que, depois de um naufrágio de que é o único sobrevivente, vive sozinho durante vinte e cinco anos, antes de encontrar a personagem Sexta-Feira. O romance simboliza a luta do homem só contra a natureza, a reconstituição dos primeiros rudimentos da civilização humana, testemunhada apenas por uma consciência e dependente de uma energia própria.
Robinson Crusoe constitui uma obra-prima dos alvores do realismo, distinguindo-se assim, desde logo na composição das personagens, de outros romances da época. De fato, era freqüente a narração da história amorosa e sentimental dos homens mas não a sua vida prática. Daí que a criação de Crusoe seja francamente inovadora: com um espírito prático e positivo, alheio a todo o sentimentalismo e à debilidade poética, Crusoe é um homem para quem as coisas existem concretamente, sem possibilidade alguma de transformação fantástica. Não é uma personagem afetada e melindrosa, como as que, na época, eram importadas da literatura francesa, apenas compreensíveis nos círculos da corte. Crusoe é um ingênuo que não se deixa enganar facilmente, é ativo e tem plena confiança na força do homem e no seu destino vitorioso. Apesar de não possuir uma inteligência extraordinária, pertence ao grupo dos vencedores: é infatigável, tenaz e engenhoso na sua necessidade de sobrevivência e no seu desejo de se sobrepor à natureza.
Ao mesmo tempo, Crusoe é uma personagem perturbada por problemáticas espirituais, bem próprias do mundo inglês do seu tempo, que o colocam no limiar de uma certa modernidade, aquela que permite afirmar o individualismo radical nos mais diversos domínios: filosófico, político, econômico, etc."

No site da UFRGS você encontra excertos do livro para leitura online.

Você pode encontrar exemplares do livro nas bibliotecas da região: Érico Veríssimo (Taipas) e Brito Broca (Pirituba). Para maior conforto pode verificar a disponibilidade dos exemplares consultando o acervo virtual das bibliotecas municipais.

Se quiser comprar, recomendo a Estante Virtual.

O livro foi adpatado para cinema em 1997, com direção de Rod Hardy e George Miller, e o 007 Pierce Brosman no papel de Robinson. Aqui vai o trailler:



Trecho essencial que selecionei (grifos meus):

"Decorrido mais de um mês o navio retornou. Atkins e seus dois companheiros traziam alguns selvagens com eles.
_ Não há continente por perto, só ilhas _ explicou Atkins._ Fomos recebidos numa delas como deuses e os indígenas nos deram seus prisioneiros, acho que para que os comêssemos. Então preferimos voltar para cá. Se nos aceitarem de volta, aqui ficaremos e nossos escravos trabalharão para nós.
Lope ficou irritado com esse retorno, mas foi conferir os prisioneiros. Eram três homens jovens e cinco mulheres. Os infelizes pensavam que iam ser comidos e estavam apavorados. Afinal, uma das moças conseguiu se comunicar com o pai de Sexta-Feria. Deposi, explicou ao grupo que estavam a salvo, desde que trabalhassem para os ingleses. Entre a morte e o trabalho, os nativos optaram pela servidão.
_ Assim começou a colônia_ disse Lope a nosso atento grupo de ouvintes (...)" (DEFOE, Daniel. Robinson Crusoé. Tradução e adaptação de Marcia Kupstas. São Paulo: FTD, 2003, p.110.)