Na atividade desta semana, que será realizada tanto pelos 8ºs quanto pelos 9ºs Anos, vamos dar uma pausa nas Trilhas de Aprendizagens para discutir as recentes manifestações do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) nos Estados Unidos.
Nesta atividade vocês devem.
- Acessar o formulário Google e respondê-lo.
- Clicar em Enviar.
- De volta ao Google Sala de Aula, marcar a atividade como concluída.
Orientações.
- O formulário contém diversos textos, imagens, e um vídeo. Leia, veja, assista. Não tente responder as questões sem acessar o conteúdo primeiro.
- Várias questões pedem para que você expresse seus sentimentos e suas opiniões. Nessas questões NÃO HÁ RESPOSTA CORRETA, a sua opinião, e a forma como você a justifica é o que importa.
- Outras questões são de interpretação de texto. Nessas questões HÁ RESPOSTAS CORRETAS. Por isso é importante acessar o conteúdo.
- O formulário só estará disponível se você utilizar o e-mail criado pela Prefeitura (@edu.sme), não há como acessar utilizando outro e-mail.
- Esta atividade não tem rubrica. A quantidade de pontos aparece ao lado de cada questão.
Materiais de apoio.
- Formulário Google "Movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam)" - disponível apenas via Google Sala de Aula.
- Audiodescrição da atividade e dos textos e questões do formulário (disponível apenas via Google Sala de Aula).
Se você ainda não tem acesso ao Google Sala de Aula, consulte o site de apoio a estudantes e familiares da SMESP.
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BLACK LIVES MATTER (VIDAS NEGRAS IMPORTAM)
I. Eu não consigo respirar...
Essas foram as últimas palavras de George Floyd, um homem de 46 anos que morreu nos Estados Unidos enquanto um policial o imobilizava no chão, ajoelhado sobre seu pescoço por quase 9 minutos:
“Cara, meu rosto
Eu não fiz nada grave
por favor
por favor
por favor, eu não consigo respirar
por favor, cara
por favor, alguém
por favor, cara
Eu não consigo respirar
Eu não consigo respirar
por favor
[...]
Eu não consigo respirar
Eu não consigo respirar
por favor, senhor
por favor
por favor
por favor, eu não consigo respirar"
Então ele fechou os olhos e as súplicas pararam. George Floyd foi declarado morto pouco tempo depois.
(Texto de campanha da Avaaz para assinatura de uma carta pública contra o racismo e a violência policial. Disponível em: <https://secure.avaaz.org/campaign/po/george_floyd_loc/?cFFnjeb> Acesso em 04 Jun 2020 às 07h33.)
Uma manifestante em Washington DC segura um cartaz com a foto de George Floyd. Foto de Obi Onyeador no Unsplash. |
II. Entendendo o contexto
Morte de George Floyd: 4 fatores que explicam por que caso gerou onda tão grande de protestos nos EUA
Por Ángel Bermúdez (@angelbermudez)
BBC News Mundo
2 junho 2020
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Os Estados Unidos vivem a mais grave onde de manifestações desde 1968, após o assassinato do líder de direitos civis Martin Luther King Jr.. Desta vez, o estopim dos protestos foi a morte de George Floyd, um americano negro de 46 anos, que foi sufocado por um policial branco, que se ajoelhara sobre seu pescoço por mais de 8 minutos.
O caso provocou manifestações em mais de 75 cidades. Em mais de 40 delas, as autoridades decretaram toque de recolher. A Guarda Nacional (força militar que os EUA reservam para emergências) foi acionada com 16 mil soldados despachados para 24 Estados e a capital, Washington.
Por que este assassinato — que apesar de chocante, é semelhante a vários outros episódios — provocou protestos tão grandes?
1. Uma morte, muitos casos
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Ela [Ashley Howard, professora assistente de História e Estudos Afro-americanos da Universidade de Iowa] diz que essa morte não foi um caso isolado; que as comunidades negras estão submetidas a uma constante e excessiva vigilância por parte da polícia.
Essa situação criou um paradoxo, que Julian Zelizer, historiador político da Universidade de Princeton, resume assinalando que os negros vivem com medo "porque se sentem vulneráveis perante aqueles que deveriam protegê-los".
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Um artigo de Rashawn Ray, do centro de pesquisas Brookings Institution, afirma que pessoas negras têm 3,5 vezes mais chances de serem mortas por policiais do que brancas em situações em que não existe ataque ao policial ou porte de armas. Entre adolescentes, a probabilidade é 21 vezes maior.
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2. Racismo estrutural
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Ashley Howard, da Universidade de Iowa, diz que a desigualdade afeta profundamente a vida dos negros nos EUA, e que ela está na origem de várias disparidades significativas, "de (índices de) mortalidade materna à diferenças na renda e na riqueza que é passada de uma geração à outra".
Howard também explica que os negros americanos possuem renda e escolaridade menores que os brancos, e também são maioria na população carcerária.
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3. Pandemia que discrimina
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Howard diz que os negros americanos sofrem de forma desproporcional com a pandemia, com maiores números de mortes e casos da doença nesta população. Isso porque, segundo a pesquisadora, os negros formam uma grande parte dos trabalhadores que estão na linha de frente da economia, com empregos como motoristas de ônibus, atendentes de lojas ou assistentes de saúde.
E há outros problemas gerados pelo racismo.
"Eles têm acesso a atendimento médico? Podem tirar um dia livre de trabalho se ficam doentes? Alguém paga pelo dia não trabalhado? Há hospitais em suas comunidades? Eles têm apoio para cuidar dos filhos, no caso de doenças? Todos esses problemas de racismo estrutural se agravam durante a pandemia."
[...]
4. A reação da Casa Branca
A esses fatores, diz Zelizer, se somou a resposta equivocada do governo de Donald Trump, que ajudou a "inflamar" a situação.
"As pessoas precisam de um presidente que peça calma, mas que também escute e responda às causas do que está acontecendo", diz ele.
Zelizer questionou os apelos de Trump por lei e ordem usando frases como "os saques levam a tiroteios", que eram usadas por "algumas das vozes mais reacionárias" da década de 1960.
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52893434> Acesso em 04 jun 2020).
III. Os protestos
Confira abaixo, fotos tiradas durante os protestos de rua nos EUA. As fotos foram retiradas de perfis no Twitter usando a tag #NoJusticeNoPeace (Sem justiça, sem paz).
Os cartazes trazem os dizeres: "Quem você vai chamar?"; "Sem Justiça, sem paz"; "Sem violência". Foto tirada em protesto em Patterson, Califórnia, por @jazzlyn_o |
Manifestantes se ajoelhando na rua. Foto tirada no estado da Virgínia e postada por @xoxonaai |
Foto tirada em Louisville, Kentucky. Pessoas brancas fazem cordão para proteger pessoas negras da polícia durante protesto. Foto postada por @Shelley89816603 |
No cartaz: "Eu não consigo respirar" e "América" escrito com três Ks (referência à Klu Klux Klan, organização racista dos EUA). Foto tirada em Norfolk, Virginia, e postada por @Briezydoesit. |
O que pedem os manifestantes?
Chega!
Nossa dor, nosso choro, e nossa necessidade de sermos vistos e ouvidos ressoam por todo o país.
Nós exigimos reconhecimento e responsabilização pela desvalorização e desumanização da vida Negra nas mãos da polícia.
Nós clamamos por radicais e sustentáveis soluções que assegurem a prosperidade de vidas Negras.
A morte violenta de George Floyd foi a gota d'água - uma muito familiar lembrança de que, para pessoas Negras, as forças da lei não protegem ou salvam vidas. Elas geralmente as ameaçam e as tiram.
Neste momento, Minneapolis e cidades ao redor do país estão pegando fogo, e nossa gente está sofrendo - a violência contra corpos Negros sentida nas atuais ações de desobediência civil, tudo enquanto lutamos contra uma pandemia que está, desproporcionalmente, nos afetando, nos infectando e nos matando.
Nós clamamos por um fim ao racismo estrutural que permite a essa cultura de corrupção continuar sem controle e nossas vidas serem tomadas.
Nós clamamos pelo fim do investimento nacional na polícia. Nós clamamos pelo investimento nas nossas comunidades e recursos que assegurem às pessoas Negras não apenas sobreviver, mas prosperar. Se você está conosco, adicione seu nome à petição agora mesmo e nos ajude a espalhar a notícia.
Black Lives Matter. "Defund the Police". Disponível em: <https://blacklivesmatter.com/defundthepolice/> Acesso em 04 jun 2020. (Postagem original de 30 de Maio de 2020. Tradução livre).
IV. Novas Lideranças Negras e Femininas
Vídeo do Canal Meteoro Brasil no YouTube