Continuando nossas discussões sobre a consciência negra, conhecemos o movimento Black is Beautiful, e conversamos sobre os padrões de beleza em nossa sociedade.
Começamos assistindo ao documentário "O teu cabelo não nega", que você pode ver abaixo, e discutindo uma questão central em relação aos padrões de beleza: o CABELO!
Depois lemos o trecho, abaixo, do texto "O Black é lindo – A estética negra como política" de Gabriel Santos:
"A primeira vez que alguém gritou “Black is Beautiful” foi, supostamente, no ano de 1858, na cidade de Boston nos Estados Unidos. A frase teria vindo de um discurso feito por John Swett Rock, um abolicionista negro, professor, médico e advogado. Logo, esse grito entalado na garganta se tornou uma bandeira da luta antirracista e por direitos civis na década de 1960. O Black is Beautiful veio junto do Black Power.
Pouco tempo depois, essa palavra de ordem seria reapropriada por Steve Biko e pelo movimento da Consciência Negra na África do Sul. Era preciso se afirmar como negro, tomar consciência. No Brasil, a bandeira chegou por meio do Movimento Black Rio, um movimento musical que se organizava em torno de circuitos de bailes soul e, com isso, mobilizava milhares de jovens negros das favelas e periferias do Rio de Janeiro. Assim, logo se espalhou por outras grandes cidades brasileiras nos anos 70.
O Black is Beautiful, ou O preto é lindo, propõe desconstruir a ideia que inferioriza características naturais do sujeito negro, como traços corporais, tom de pele, textura do cabelo, entre outras. Significa que nós não aceitaremos mais os estigmas racistas e a imposição estética da branquitude.
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Seja via comentários de outros, ou por experiência própria ao se deparar com a mídia, a criança negra aprende, desde pequena, que seu nariz, sua boca, sua cor de pele, seu cabelo, são opostos ao que é considerado como belo. Aprendemos a nos odiar desde cedo, e a ruptura com este processo é algo fortalecedor.
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Onde a violência e a desumanização é a norma, é preciso quebrar o silêncio do racismo que nos aprisiona e afirmar nossa negritude e estética em seus valores subversivos. Precisamos criar referências entre os nossos, buscar referências e sermos nós mesmos referência para os que virão. É preciso soltar nosso black, nossas tranças, nossos dreads, nossos estilos. Dizer em alto e bom som que o negro é força e que o negro é lindo."
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Por fim, curtimos a música de Nara Couto, "Linda e Preta" 🖤