Neste ano a EMEF Estação Jaraguá resolveu botar o bloquinho na rua!
Tradicionalmente fazemos oficinas ligadas ao carnaval, como oficinas de estandartes, abadás, percussão, etc., mas esta é a primeira vez que saímos às ruas do entorno.
Compreendendo o Carnaval não apenas como momento de descontração e lazer, mas também como espaço para aprendizagem e visibilidade de lutas sociais - haja visto a longa tradição de sambas-enredos que refletem problemas políticos, sociais e econômicos do Brasil, ou que exaltam a cultura de pessoas e povos historicamente marginalizados - nossa oficina de estandartes sempre propõe temas relativos aos direitos humanos e lutas sociais.
Este ano, o tema que nos foi proposto foram as lutas indígenas, e isso logo acendeu o alerta para não acabarmos desrespeitando povos que lutam contra o genocídio e o etnocídio desde que os primeiros europeus pisaram nestas terras.
Em anos recentes, a rapper Katu Mirim, do povo Boe/Bororo, vem discutindo o racismo por trás da "fantasia de índio" usada por não poucas pessoas durante o Carnaval.
Veja abaixo uma entrevista cedida por ela ao site Catraca Livre:
Procuramos trazer para os nossos estandartes frases utilizadas com frequência pelos povos indígenas no Brasil em sua luta por demarcação de terras. Não é de hoje que acompanhamos e apoiamos as lutas indígenas por aqui, por isso não foi difícil chegar às seguintes frases, que foram utilizadas nos estandartes utilizando a técnica de stencil:
DEMARCAÇÃO JÁ
MARCO TEMPORAL NÃO
NOSSA HISTÓRIA COMEÇA ANTES DE 1500
FLORESTA EM PÉ, FASCISMO NO CHÃO
ABYA YALE-SE
Se quiser acessar os stencils produzidos, CLIQUE AQUI.
Para confecção dos estandartes utilizamos tecido cru, tinta para tecido, fitas de cetim e tecidos de chita.
Veja abaixo foto com alguns dos estandartes prontos: